D. PEDRO II CIDADÃO E IMPERADOR DO BRASIL
D. PEDRO II (1825 - 1891) Imperador do Brasil Credito site: veja.abril.com.br |
Proclamação da República e a Ilha Grande
Usurpação de poder,
covardia, traição e ato de desumanidade caracterizaram o desfecho do movimento
republicano liderado pelo Marechal
Deodoro da Fonseca contra seu amigo e protetor, o Imperador D. Pedro II,
com 63 anos de idade, saúde debilitada, “quando a dois passos já estou (estava)
da morte (D. Pedro II)”. Palavras proféticas que se cumpriram em Paris, capital
da França, 750 dias após ter sido cuspido do Brasil, país que amava sem
reservas, por força do golpe militar que acabou estupidamente com o Regime
Monárquico em nosso país.
CACHOEIRA VÉU DE NOIVA Fazenda Bonfim (Petrópolis, RJ) P.N.S.O |
Em 15 de novembro de
1889, sexta-feira, dia em que teve início a queda do Regime Monárquico
Brasileiro, D. Pedro II, fugindo do calor carioca, estava com a sua família curtindo férias em Petrópolis, região serrana do
Rio de Janeiro. Na véspera, o Major Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro, cumpriu fielmente a
missão de espalhar o boato de que Deodoro da Fonseca e Benjamin Constant tinham
sido presos pela policia imperial. Espalhou ainda que a ordem na capital seria mantida pela Guarda Negra, organização criada pelo vereador José do Patrocínio e integrada por ex-escravos. A principal finalidade desse jogo sujo pelo
poder era inflamar revolta nos militares contra o império, e assim, aproveitar
a agitação febril dos mesmos para derrubar a Monarquia e implantar
imediatamente o regime Republicano no Brasil. A suja missão confiada ao Major
Frederico Sólon teve êxito desejado.
MARECHAL DEODORO DA FONSECA (1827 - 1892) |
Contam que ao
“proclamar” a República, o Marechal Deodoro da Fonseca, de 62 anos, estava
doente. Mesmo assim, foi tirado da cama no meio da noite, por amigos, para
junto com Benjamin Constant, na madrugada de 15 de novembro, sexta-feira,
conduzir as tropas na direção do Campo de Santana (Central do Brasil, Rio),
para fazer o cerco do Ministério. Deodoro estava com um ataque de dispneia. Foi
sem espada, porque seu ventre estava muito dolorido.
Numa sala do
quartel-general, estava reunido o ministério, já ciente sobre a movimentação de
tropas, motivo pelo qual, por determinação do governo, haviam sido postados
cerca de 2000 homens, entre soldados e marinheiros, no pátio interno e na
frente dos edifícios. Expectativa geral.
Porém, quando Deodoro passou pelo portão principal do Ministério, montado no
cavalo baio nº 6, que lhe fora emprestado pelo alferes Barbosa Júnior,
prestaram continência ao Marechal e lhe deram vivas. Como homenagem, o cavalo
não seria mais montado até sua morte, em 1906.
Diante de tal situação
e sem nenhuma defesa, o Visconde de Ouro
Preto, decidiu passar urgentemente um telegrama ao Imperador D. Pedro II
que gozava férias em Petrópolis, aonde lhe transmitia os últimos acontecimentos
e pedia demissão do cargo. Pouco depois, Deodoro, estava diante do ministério
demissionário, criticando asperamente a conduta política de Ouro Preto, em
relação aos militares.
DEODORO DESFILA PELAS RUAS DA CIDADE. E A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA? Nada !
Na manhã do mesmo dia, 15 de novembro, seguido pelas tropas, o velho Marechal, montado em seu cavalo emprestado, desfilou orgulhosamente pelas ruas do centro da cidade.
Na manhã do mesmo dia, 15 de novembro, seguido pelas tropas, o velho Marechal, montado em seu cavalo emprestado, desfilou orgulhosamente pelas ruas do centro da cidade.
Segundo Aristides Lobo, a participação popular foi completamente nula: “O povo assistiu a tudo bestializado, pensando tratar-se de uma parada militar”.
Da sede do Jornal da Cidade do Rio, o Engenheiro André Rebouças, grande amigo da Família Imperial, assistiu o desfile de Deodoro. Rebouças, com a Proclamação da República, decidiu sair do Brasil com Imperador D. Pedro II. Ele suicidou-se no dia 9 de maio de 1898, em Funchal, Ilha da Madeira, Portugal. Além de engenheiro, foi astrônomo, poeta e escrevia sobre todos os assuntos. Foi o máximo do Brasil no século XIX.
Da sede do Jornal da Cidade do Rio, o Engenheiro André Rebouças, grande amigo da Família Imperial, assistiu o desfile de Deodoro. Rebouças, com a Proclamação da República, decidiu sair do Brasil com Imperador D. Pedro II. Ele suicidou-se no dia 9 de maio de 1898, em Funchal, Ilha da Madeira, Portugal. Além de engenheiro, foi astrônomo, poeta e escrevia sobre todos os assuntos. Foi o máximo do Brasil no século XIX.
“Deodoro acedeu ao apelo dos oficiais republicanos, dissolveu o governo e foi para casa dormir, com dispneia, um tipo de falta de ar associado a doenças pulmonares ou cardíacas.” (Revista veja). É fato real, que até esse momento do dia, nem o próprio Marechal Deodoro havia tomado conhecimento de qualquer decisão que se evidenciasse PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA.
ENGENHEIRO ANDRÉ REBOUÇAS (1838 - 1898) Foi o máximo do Brasil no século XIX. Suicidou-se no dia 9 de maio de 1898, Funchal, Portugal Credito (vapordecachoeira.blogspot.com) |
D. Pedro II,
convencido do grave problema decide então descer de Petrópolis para o Rio. Até
esse momento também nada de Proclamação da República pelo protegido do
Imperador, embora, patrimônio público como a Escola Politécnica onde André Rebouças
lecionava já “tivesse sido tomada pelo republicano Antônio da Silva Jardim”.
Aos 31 anos de idade,
Silva Jardim, jornalista e militante republicano teve uma morte bizarra. Viaja
para a Europa, e durante visita a Itália decide conhecer o Vesúvio, mesmo tendo
sido alertado dos perigos da excursão. Infelizmente morre ao cair na cratera do
famoso vulcão napolitano.
D. Pedro II e sua
filha Princesa Isabel ainda procuraram salvar a monarquia, mas era tarde
demais. Nas primeiras horas do dia 16 de
setembro de 1889 (sábado), o Diário Oficial publicava a notícia de ter sido
proclamada a República e da criação de um governo provisório. O movimento
resultou da união de três forças sociais: Exército, fazendeiros do Oeste
Paulista e a classe média urbana. Não houve derramamento de sangue.
D. PEDRO II e SUA FAMÍLIA PRISIONEIROS
Assim registrou Raul
Pompéia o “procedimento enérgico para com os membros da dinastia dos príncipes
do ex-império”, na manhã de sábado, 16
de novembro 1889, dia oficial da Proclamação da República, na residência
imperial, Paço da Cidade transformado em prisão do Estado:
“A todas as portas do
edifício principal, na manhã de sábado e às portas das outras habitações
dependentes, ligadas pelos passadiços, foram postadas sentinelas de infantarias
e numerosos carabineiros montados. O saguão transformou-se em verdadeira praça
de armas.
Muitos personagens
eminentes do Império e diversas famílias ligadas por aproximação de afeto à
família imperial apresentaram-se a falar ao Imperador e aos seus augustos
parentes, retrocedendo com desgosto de uma tentativa perdida. À proporção que passavam as horas, foi-se
tornando mais rigorosa a guarda das imediações do palácio. As sentinelas foram
reforçadas por uma linha de baionetas, que a pequenos intervalos se estendeu
pelo passeio, em todo o perímetro da imperial residência transformada em prisão
do Estado”.
O Imperador recebe a
Intimação do Governo Provisório
MAJOR SOLON RIBEIRO entrega em mãos ao Imperador D. Pedro II a intimação para deixar imediatamente o Brasil. |
Foi nesse mesmo dia de sábado, 16 de novembro, um dia depois que havia descido com a família de Petrópolis para o Paço da Cidade, que o Imperador recebeu pelas mãos do Major Sólon Ribeiro (o boateiro, pai de Ana Emília Ribeiro, esposa do escritor Euclides da Cunha, envolvida em tragédia passional), a intimação do Governo Provisório, que teriam de partir para o exílio na madrugada seguinte (domingo, 17 de novembro de 1889). O Major também era portador da quantia de 5.000$ contos de réis determinados pelo Governo Provisório para seu estabelecimento no estrangeiro. O Imperador D. Pedro II recusou a oferta, “pedindo somente um travesseiro com terras do Brasil, pare repousar a cabeça quando morresse”, e partiu com a família na madrugada seguinte para a Europa. A recusa dessa oferta humilhante por parte do ex-imperador deixou o Marechal Deodoro indignado.
A Princesa “Isabel
chorou e Teresa Cristina, a Imperatriz, afligiu-se quando Pedro comunicou o
teor da mensagem que havia recebido: ele estava destituído, a República
proclamada, e a família real tinha 24 horas para deixar o país. – Pois, se tudo
está perdido haja calma. Eu não tenho medo do infortúnio – disse (D. Pedro II),
recuperando o controle depois de receber [...] o aviso de que teriam de sair de
imediato, sob o manto da escuridão.” – Revista Veja / 2007
Os republicanos
justificaram o embarque dos exilados, de madrugada, para melhor garantir a
proteção do Monarca e seus familiares diante de simpatizantes mais exaltados do
novo regime. Na verdade, a finalidade era o oposto: “tornar mais difícil que
viessem à tona manifestações de solidariedade a D. Pedro II”. O Monarca era uma
pessoa querida pela grande maioria da população brasileira.
PRINCESA ISABEL e CONDE D'EU (1919) no exílio França. Credito site: Estúdio LM fotografia |
A Família Imperial
teve de ser encaminhada, de lancha, ao Cruzador
Parnaíba II, onde ainda aguardariam a chegada dos três filhos da Princesa
Isabel e só depois navegariam rumo à belíssima Ilha Grande (Enseada do Abraão),
para embarcar no navio Alagoas II.
Esta seria a quarta e última viagem do Imperador com destino à Ilha Grande,
terceira maior ilha oceânica do Brasil. Porém, na sexta-feira, 15 de novembro,
a Princesa Isabel e seu marido, temerosos de que poderia haver tumulto no Rio,
haviam enviado seus filhos para Petrópolis. Péssima decisão.
Agora, veja como foi
despejado o Imperador D. Pedro II, a Monarquia e toda Família Imperial, na
madrugada do dia 17 de novembro de 1889 (domingo). Registro histórico de Raul Pompéia, testemunha ocular:
“As três da madrugada
de domingo, menos alguns minutos, entrou pela praça um rumor de carruagem. Para
as bandas do largo houve um ruidoso tumulto de armas e cavalos. As patrulhas
que passavam de ronda retiraram-se todas a ocupar as entradas do largo, pelo
meio do qual, através das árvores, iluminando sinistramente a solidão,
perfilavam-se os postes melancólicos dos lampiões de gás.
Apareceu, então, o
préstito dos exilados. Nada mais triste. Um coche negro, puxado a passo por
dois cavalos que se adiantavam de cabeça baixa, como se dormissem andando. À
frente duas senhoras de negro, a pé, cobertas de véus, como a buscar caminho
para o triste veículo. Fechando a marcha, um grupo de cavaleiros, que a
perspectiva noturna detalhava em negro perfil. Divisavam-se vagamente, sobre o
grupo, os penachos vermelhos das barretinas de cavalaria. O vagaroso comboio
atravessou em linha reta, do paço em direção ao molhe do cais Pharoux. Ao aproximar-se do cais,
apresentaram-se alguns militares a cavalo, que formavam em caminho.
- É aqui o embarque? –
perguntou timidamente uma das senhoras de preto aos militares. O cavaleiro, que
parecia oficial, respondeu com um gesto largo de braço e uma atenciosa
inclinação de corpo.
Por meio dos lampiões
que ladeiam a entrada do molhe passaram as senhoras. Seguiu-se o coche fechado.
Quase na extremidade do molhe, o carro parou e o Sr. D. Pedro de Alcântara apeou-se – um vulto indistinto entre
outros vultos distantes – para pisar pela última vez a terra da pátria.
Do posto de observação
em que nos achávamos, com a dificuldade, ainda mais da noite escura, não
pudemos distinguir a cena do embarque. Foi rápido, entretanto. Dentro de poucos
minutos ouvia-se um ligeiro apito, ecoava no mar o rumor igual da hélice da
lancha, reaparecia o clarão da iluminação interior do barco e, sem que se
pudesse distinguir nem um só dos passageiros, a toda a força de vapor, o ruído
da hélice e o clarão vermelho afastavam-se da terra”. (Raul Pompéia).
O escritor Raul Pompéia, depois de demitido do
cargo que ocupava na Biblioteca Nacional, suicidou-se no dia 25 de dezembro de 1895,
dia de Natal.
CRUZADOR PARANAÍBA II Trasportou a deposta Família Imperial do Porto do Rio Janeiro para a Ilha Grande em 17/11/1889 (domingo) Credito site (naviosbrasileiros.com.br) |
Cruzador Parnaíba II
Numa lancha do Arsenal de Guerra, tripulada por quatro alunos da Escola Militar, foram levados para bordo do pequeno Cruzador Parnaíba II, onde só às 09 e 30 h, chegariam o engenheiro André Rebouças (Túnel Rebouças), introdutor, entre nós, do cimento em obras de grande magnitude. E também os três jovens príncipes que estavam em Petrópolis, filhos da Princesa Isabel e do Conde D´Eu, acompanhados pelo seu preceptor, Barão de Ramiz Galvão. O cruzador só partiu ao meio-dia em direção a Baía da Ilha Grande para encontrar o Paquete Alagoas. Coube ao Capitão-de-Fragata José Carlos Palmeira, comandante do cruzador, a triste missão de levar a comitiva até a Enseada do Abraão, na Ilha Grande, onde seria transferida para o navio Alagoas II, que a conduziria em sua viagem de exílio na Europa.
Numa lancha do Arsenal de Guerra, tripulada por quatro alunos da Escola Militar, foram levados para bordo do pequeno Cruzador Parnaíba II, onde só às 09 e 30 h, chegariam o engenheiro André Rebouças (Túnel Rebouças), introdutor, entre nós, do cimento em obras de grande magnitude. E também os três jovens príncipes que estavam em Petrópolis, filhos da Princesa Isabel e do Conde D´Eu, acompanhados pelo seu preceptor, Barão de Ramiz Galvão. O cruzador só partiu ao meio-dia em direção a Baía da Ilha Grande para encontrar o Paquete Alagoas. Coube ao Capitão-de-Fragata José Carlos Palmeira, comandante do cruzador, a triste missão de levar a comitiva até a Enseada do Abraão, na Ilha Grande, onde seria transferida para o navio Alagoas II, que a conduziria em sua viagem de exílio na Europa.
Paquete Alagoas II
PAQUETE ALAGOAS II
Partiu da Enseada do Abraão, Ilha Grande, RJ, com destino a Portugal conduzindo toda Família Imperial ao exílio. Credito site(veja.abril.com.br) |
MORTE DE DONA TERESA CRISTINA
Dona Teresa Cristina,
esposa de Pedro II, durante toda a viagem transatlântica a bordo do Paquete Alagoas II que conduziu a Família
Imperial rumo ao exílio, esteve em estado de choque, entorpecida pelo
tratamento desumano e covarde que os republicanos dedicaram com muito gosto à
dinastia deposta. Ao embaixador da Áustria, Conde Wisersheimb, presente no
embarque, perguntou: Que fizemos para
sermos tratados assim?
INTERIOR DO PAQUETE ALAGOAS II Credito site: (naviosbrasileiros.com.br) |
Chegando em Portugal
Pedro II e Teresa Cristina retiraram-se
para a cidade do Porto, onde ela sentiu-se muito mal. Um médico fora chamado as pressas nada
podendo fazer. A querida esposa de D. Pedro II faleceu vítima de uma síncope
cardíaca agravada por acentuado estresse emocional, no dia 28 de dezembro de 1889,
menos de dois meses do golpe militar de 15 de novembro de 1889. Suas últimas
palavras teriam sido: Brasil, terra
abençoada que nunca mais verei.
Não bastasse bem recentemente “o rigor da iníqua sorte, atroz e sem piedade, arrancado (-me o trono e
a majestade, quando a dois passos...” já estava da morte, logo em seguida, o
falecimento da pessoa que aprendeu a amar aos poucos, dia-a-dia, embora tenha
sido infiel em algumas ocasiões. Profundo sentimento de perda, Pedro, transbordou
em seu diário:
“Não sei como escrevo. Morreu haverá meia hora a Imperatriz,
essa santa [...] Ninguém imagina minha aflição. Somente choro a felicidade
perdida de 46 anos [...] abriu-se na minha vida um vácuo que não sei como
preencher.” – Pedro
II.
Jornais europeus comentaram a morte da Imperatriz Teresa Cristina. Le Figaro escreveu em 29 de dezembro de 1889:
"A Europa saudara respeitosamente esta Imperatriz morta sem trono, e dirse-á, falando-se dela: sua morte é o único desgosto que ela causou a seu marido durante 46 anos de casamento."
Jornais europeus comentaram a morte da Imperatriz Teresa Cristina. Le Figaro escreveu em 29 de dezembro de 1889:
"A Europa saudara respeitosamente esta Imperatriz morta sem trono, e dirse-á, falando-se dela: sua morte é o único desgosto que ela causou a seu marido durante 46 anos de casamento."
EXÍLIO NA FRANÇA E A MORTE
DA CONDESSA DE BARRAL
Pedro II, viúvo,
exilou-se na França, onde regularmente freqüentava biblioteca, concertos e
conferências. Nos diários de exílio, registrou com entusiasmo como adaptava
clássicos da literatura. Atribuem a D. Pedro II o primeiro a traduzir uma obra
do árabe para o português: Mil e uma
noites.
Passou uma temporada
em Voyron, em propriedade da Condessa Luisa de Barral.
A Condessa Luisa Margarida Portugal e Barros (Barral), no período em que viveu no Brasil, foi dama de companhia de suas filhas princesas imperiais Isabel e Leopoldina Augusta. “O contato com o Imperador era diário. Nele, Luísa irradiava graça e inteligência.” – RHBN – 2011 (Revista da Biblioteca Nacional).
A Condessa Luisa Margarida Portugal e Barros (Barral), no período em que viveu no Brasil, foi dama de companhia de suas filhas princesas imperiais Isabel e Leopoldina Augusta. “O contato com o Imperador era diário. Nele, Luísa irradiava graça e inteligência.” – RHBN – 2011 (Revista da Biblioteca Nacional).
Embora fosse um homem discreto e austero, D. Pedro II também foi um homem capaz de se apaixonar.
Fatos indicam que a maior paixão de sua vida foi a Condessa de Barral. Ela era
miúda, tivera problemas nos dentes, nove anos mais velha do que o Imperador.
“Mas tinha uma cabeleira negra que o romantismo elegeu como a cor de suas
heroínas, em um par de olhos de veludo. Ela tinha graça, o gesto fino, o
espírito vivo, e mais: era uma verdadeira coquette.”.
Luisa transpirava graça e inteligência. Pedro sentia-se atraído por mulheres
assim. – RHBN 2011 (Revista da Biblioteca Nacional).
Um ano depois de sua
deposição, o ex-imperador estava em Cannes, para onde Luísa também seguiu.
Encontravam-se para conversinhas que tanto gostavam e derradeiros gestos de
carinhos. Entretanto, a viagem que fez a Cannes para matar saudades de seu grande
amigo abalou a saúde de Luísa. Ela emagreceu e definhou, mas conservou até a
morte toda a consciência e profunda serenidade. Descansou com um sorriso nos
lábios. Pedro a seguiu em dezembro do mesmo ano. Além de amor, tinha por Luísa
tremenda admiração intelectual, sentimento sincero revelado por ocasião de sua
morte, em janeiro de 1891:
“Nunca vi inteligência assim, e sempre a mesma durante 50
anos. Estou deveras no vácuo.” – Pedro II (Diário).
FUNERAL DE CHEFE DE ESTADO PARA D. PEDRO II (FRANÇA)
A partir daí, física,
moral e emocionalmente abatido, Pedro não conseguiu mais ter razão para viver
conforme gostaria. Decidiu então entregar-se a uma vida solitária, cercando-se
de livros e recebendo esporádicas visitas de amigos. Instalou-se um hotel
modesto, na Rua Arcade nº 17, Paris, onde passaria os últimos dias da sua
existência. Pressentindo de que já estava bem próximo da morte, eternizou em
seu inseparável diário:
“Já clareia [...] aguardo o dia. 05:30. Não posso nada fazer.
Não tenho perna nada capaz nem luz. Enfim é uma maçada.” – D. Pedro II (Diário).
O IMPERADOR DOM PEDRO II em seu leito de morte, vestido com o uniforme de Marechal do Exército Imperial Brasileiro. Credito site: (dompedroii.nafoto.net) |
Escreveu o autor de
seu obituário no The New York Times: “Conheci
muitos figurões, mas nunca vi um cujo tratamento igualasse o de dom Pedro em
cortesia”. O governo francês, na
pessoa de seu presidente Sadi Carnot,
rendeu honras imperiais aos restos mortais do nosso Imperador. Já o governo
republicano do Brasil, ao contrário do presidente (republicano) Carnot, resolve não tomar parte,
oficialmente, destas manifestações de pesar, sob o pretexto de “evitar descabidas revivescências do
espírito monárquico”. Nenhuma
manifestação de consideração ou respeito por parte do governo brasileiro. Total
ausência de espírito de humanidade.
O Presidente Sadi Carnot governou a França de 1837 a 1894. Teve uma morte trágica: foi apunhalado até a morte, dentro de sua carruagem, por um anarquista italiano.
O Presidente Sadi Carnot governou a França de 1837 a 1894. Teve uma morte trágica: foi apunhalado até a morte, dentro de sua carruagem, por um anarquista italiano.
A impressa francesa
realizou uma ampla cobertura sobre a morte do Imperador D. Pedro II e de seu solene
enterro em solo francês, ressaltando sua paixão pela cultura e pela ciência, e,
principalmente, seus dotes políticos. Infelizmente, poucos brasileiros sabem
que ele recebeu honras de Chefe de Estado por parte do governo francês,
mobilizando – conforme observou José Murilo de Carvalho – “imenso cortejo,
composto por doze regimentos comandados por um general e formado por 200 mi
pessoas”, na chuvosa quarta-feira de 9 de dezembro de 1891. – (RHBN, nº 86,
Revista da Biblioteca Nacional). Por onde ia passando o caixão, os soldados
apresentavam armas.
Após as homenagens
prestadas pelo governo francês, o ataúde que conduzia os restos mortais de D.
Pedro II, foi levado num trem especial para Lisboa, onde após celebração
religiosa, na Igreja de S. Vicente de Fora, pelo Cardeal de Lisboa e 12 bispos,
foi o ex-Imperador do Brasil sepultado no Panteão dos Braganças, ao lado da
Imperatriz D. Teresa Cristina.
SADI CARNOT (1837 - 1894) Presidente Francês. Foi apunhalado até a morte por um anarquista italiano. |
Revogada a Lei do
Banimento, os restos mortais de Pedro II e Teresa Cristina chegaram ao Rio de
Janeiro, a bordo do Encouraçado São Paulo da Marinha de Guerra do Brasil, no
dia 8 de janeiro de 1921, após 17 dias de viagem de Portugal para o Brasil. Em
1939, o Imperador e a Imperatriz foram transferidos para Petrópolis, cidade
serrana do Rio de Janeiro. Em solenidade que contou com a presença de
autoridades e do presidente Getúlio Vargas, foram sepultados na Catedral de São
Pedro de Alcântara.
“D. Pedro II nunca perdeu a majestade, e seu prestígio só faz
aumentar com o tempo.” – (Pedro Afonso Vasquez)
“entre visões de paz,
de luz e de glória, sereno aguardarei no meu jazigo, a justiça de Deus na voz
da história.” – Palavras de D. Pedro II.
E que assim seja!
Colaboração: Guia José Carlos Melo / Rio de Janeiro
Colaboração: Guia José Carlos Melo / Rio de Janeiro
JESUS CRISTO é a nossa única esperança! Amém!
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