A Primeira
Favela do Rio de Janeiro
Favela:
Conjunto de habitações populares, em geral toscamente construídas e usualmente deficientes de recursos higiênicos. (Definição do Mini-dicionário Aurélio)
Já para os alquimistas do I.B.G.E (Instituto de Geografia e Estatística), desde 2013, o que parece uma favela é um "aglomerado subnormal".
Conjunto de habitações populares, em geral toscamente construídas e usualmente deficientes de recursos higiênicos. (Definição do Mini-dicionário Aurélio)
Já para os alquimistas do I.B.G.E (Instituto de Geografia e Estatística), desde 2013, o que parece uma favela é um "aglomerado subnormal".
ANO 1983 - BLITZ DA P.M NUM MORRO CARIOCA, 95 ANOS APÓS A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA NO BRASIL. CHOCANTE! Credito foto: Luiz Morier - Fotojonalismo Prêmio Esso. |
Blitz da P.M num morro Carioca - 1983. E hoje? Nada mudou.
Cadê Amarildo?
Foto acima: "Cenas de violação dos direitos civis e humilhação impostas a um grupo de negros capturados durante blitz da P.M num morro Carioca. Mais tarde ficou provado que todos eram trabalhadores e sem nenhum registro criminal." - (Por José Reinaldo Marques, 08/07/2005)
COMPARE COM A FOTO ANTERIOR (1983) NA BLITZ DA P.M NUM MORRO DO RIO DE JANEIRO Credito (arquivo.geledes.com.br) |
“Abre a tua boca, julga retamente, e faze justiça aos
pobres e aos necessitados.”
(Provérbios 31
V 9, Bíblia Sagrada)
"Não roubes ao pobre, porque é pobre, nem oprimas em juízo ao aflito,
porque o SENHOR (Deus) defenderá a causa deles,
e tirará a vida aos que os despojam."
e tirará a vida aos que os despojam."
- (Provérbios 22 V 22, Bíblia Sagrada )
Origem da Primeira favela do Rio
“Entre 1896 e 1897 o Exército exterminou a
população de Canudos, dentre idosos, mulheres e crianças, após fotografá-los
sentados no chão. Os praças, ex-combatentes, tão miseráveis quanto os
assassinados, ocuparam o Morro da Providência e nele plantaram uma
pequena fava (favela) trazida de morro do campo de extermínio. A fava foi
erradicada, mas a favela se alastrou.” (João Batista Damasceno, Doutor
em Ciência Política e juiz de Direito. Membro da Associação Juízes para a
Democracia) - Fonte: Jornal O DIA,
opinião, 21-11-2012.
SOBREVIVENTES DA GUERRA DE CANUDOS FOTOGRAFADOS EM 1897. Após serem fotografados sentados no chão, todos foram exterminados pelo Exercito Brasileiro, inclusive idosos, mulheres e crianças. |
“Ao regressarem das expedições contra Antônio Conselheiro (campanha de
Canudos), no final do século XIX, receberam os soldados do Coronel Moreira
Cesar e do General Artur Oscar alguns recursos para instalar-se em casa própria
no Rio, e foi ali, nas abas da Providência, e foi ali, nas abas da Providência,
que eles o fizeram, logo disseram que era a sua FAVELA Carioca, numa
alusão ao morro do sertão baiano de onde a artilharia legalista bombardeava o
reduto daqueles jagunços místicos. E o nome popularizando, fiou sendo também
dos nossos demais conglomerados humanos semelhantes para afinal, figurar depois
no dicionário como novo brasileirismo bem típicos dos tempos modernos, nas
nossas atravancadas metrópoles”. – (Brasil
Gerson / Ruas do Rio)
MORRO DA FAVELA - 1958 (Atual Morro da Providência - Primeira Favela do Rio de Janeiro) |
Em 1897, a
primeira favela se forma, no Morro da Providência. Em breve, os barracos
multiplicaram-se pelas colinas do Centro e na encosta dos maciços que circundam
a cidade. [...] A população da capital já ultrapassava, em 1906, 800 mil. A
favela era alternativa de moradia para os pobres, que continuavam atraídos para
o Rio, em função da oferta de emprego na pequena indústria, no comércio e,
principalmente, na construção civil.
Lugar de
Esquecimento
Por Roger Almeida
(...) A onipresença
das favelas cariocas é a marca mais concreta do Brasil – República.
A imponência de favelas como Rocinha, Cantagalo e Vidigal transpõe os cartões-postais
da Zona sul carioca e há pouco mais de um século são entraves aos projetos
urbanísticos excludentes da cidade. “Pode-se dizer que as favelas tornaram-se
um marca da capital federal (no período da República Velha), em decorrência
(não intencional) das tentativas dos republicanos radicais e dos teóricos do embranquecimento – incluindo-se aí os
membros de várias oligarquias regionais – para torná-las uma cidade européia”,
como afirma Alba Zaular e Marcos Alvito na introdução do livro “Um século de
Favela”.
O prefeito Cândido Barata Ribeiro, em 26 de janeiro de 1893, botou abaixo
o cortiço Cabeça de Porco, considerado o maior da cidade. Francisco Pereira Passos, em março de
1904, com a demolição de 641 casas, desalojou quase 3.900 pessoas. Esses
projetos de reforma urbana, especialmente segregacionista, deram início a um processo
de ocupação e povoamento dos morros da cidade. A primeira favela do Brasil
surgiu em 1897, no cento do Rio de Janeiro, para abrigar homens, mulheres e
crianças que não faziam parte do projeto progressista dos homens da República.
As reformas urbanas na capital federal marcaram a gestão do prefeito Pereira
Passos entre os anos de 1902 a 1906.
A construção da Avenida Central foi um dos eventos que marcam o período
republicano. Nesses anos, em que a cidade se transformou num canteiro de obras,
foram erguidas dezenas de monumentos que permaneceriam na memória dos
habitantes da cidade como uma construção dos homens do Brasil Republicano.
Contudo, junto da edificação do boulevard que ligava a região portuária à Zona
Sul carioca, surgiam os casebres de açafrão e de ocre. O Rio de Janeiro estava
sendo construído como uma nova cidade, moderna, europizada, capaz de ser o cartão-postal da recém-criada República.
Contrariando esse ideal, as favelas passaram a ser vistas como outras cidades,
corpos estranhos dentro da urbe formal. Esses corpos estranhos não poderiam
estar inseridos no projeto republicano que estava sendo construído na cidade do
Rio de Janeiro.
O Morro da Favela, considerada a primeira favela do Brasil, a
partir do ano de 1897 abrigou remanescente dos cortiços do centro do Rio,
ex-escravos do Vale do Paraíba e os soldados desamparados da Guerra de
Canudos e todos aqueles que jamais seriam retratados na poesia de Olavo Bilac.
A favela erigia-se como monumento na região da Central do Brasil em frente à Praça
da Aclamação (hoje Praça da República), lugar onde os célebres militares
marcharam para proclamar a República brasileira em 1889. Hoje, conhecemos o
antigo Morro da Favela como Favela da Providência, que ainda pode
ser vista atrás da Central do Brasil, entre os bairros do Santo Cristo e Gamboa.
O Morro da Favela é a
representação do que deveria ser esquecido para os republicanos da época. Nas
lembranças da República Velha estão catalogadas, não oficialmente, as favelas
do Rio de Janeiro e do Brasil porque foi a partir desse momento que iniciaram
as desastrosas políticas urbanísticas para as cidades. Se hoje nós olharmos o Morro
da Providência, lembraremos do prefeito Pereira Passos, do presidente
Rodrigues Alves, da República Velha, pois ali se construiu o avesso de um lugar
de memória, um lugar de esquecimento.
Colaboração: Guia José Carlos Melo / Rio de Janeiro
POPULAÇÃO NEGRA HABITANTE DO MORRO DA BABILÔNIA, RJ (1910) |
JESUS
CRISTO é a nossa única esperança!
....................................................................................................................................................................................................................