terça-feira, 31 de dezembro de 2019

FESTA DA CARNE


CARNAVAL, A FALSA FELICIDADE
Por Hernandes Dias Lopes

“Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.”  – (Rm 6.11)

O carnaval é a maior festa popular brasileira. Patrocinada por recursos públicos e promovida pelas autoridades políticas, a festa atrai milhões de turistas de todo o mundo. Carros alegóricos e desfiles cheios de pompa ocupam as avenidas e os sambódromos das grandes cidades.
               
Escolas de samba e carros elétricos desfilam para o delírio de uma multidão sedenta de prazer. O carnaval é a festa das máscaras e do nudismo. É a festa da bebedeira e da embriaguez. É o esforço inútil de encontrar alegria onde só existem as cinzas da frustração.

A alegria promovida pelo carnaval tem gosto de enxofre. No palco dessa festa sacrifica-se a decência, estabelece-se a permissividade sem freios e conspira-se contra os valores que devem reger uma família digna. Embaladas por shows alucinantes, multidões pulam e dançam; inspiradas por uma exultação mundana, terminam a festa com o coração mais vazio, a alma mais aflita e a plena certeza do desgosto de Deus.

O carnaval, de fato, é uma festa em que a alegria verdadeira não encontra espaço na passarela. A verdadeira alegria é irmã gêmea da santidade. A pureza é tempero dessa felicidade. Somente na presença de Deus nossa alma encontra delícias perpetuamente. 
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JESUS CRISTO é a nossa única esperança! 



terça-feira, 11 de junho de 2019

MORROS DO PÃO DE AÇÚCAR E URCA


 “Praticamente não há vento. O Pão de Açúcar ainda pode ser visto, bem como alguns pontos de fora da entrada no Rio”. (Charles Darwin, junho de 1832)
MORRO DO PÃO DE AÇÚCAR
Arquivo: Guia José Carlos Melo
Os morros do Pão de Açúcar e Urca, situados na zona sul do Rio, entre as praias Vermelha e de Fora (Forte São João), são os morros onde os cariocas se sentem mais bem representados. Como é bem sabido, o Rio nasceu na Urca, quando a expedição de Estácio de Sá desembarcou no final da madrugada de 1º de março de 1565, na estreita faixa de terra localizada entre o Pão de Açúcar e o morro Cara de Cão, fundando a Cidade do Rio de Janeiro. Veio com a firme decisão de expulsar definitivamente os franceses que haviam se instalado desde 1555, na baía chamada pelos índios Tamoios de Guanabara (seio de amar) ou Niterói (águas escondidas). Imediatamente mandou o nobre português que fosse erguida ali, uma pequena vila fortificada à qual deu o nome de São Sebastião, em homenagem ao Rei de Portugal na época.  

O historiador Milton Teixeira conta que naquele momento histórico, Estácio de Sá nomeou o primeiro funcionário público da cidade, o “porteiro” Francisco Dias Pinto, a quem entregou a chave para que trancasse a porta por dentro.  Do lado de fora, batendo três vezes na dita porta, e logo indagando o “porteiro” sobre quem vem lá?”, Estácio de Sá respondeu: “Estácio de Sá, Governador do Rio de Janeiro que pede para entrar”.  Ainda, segundo o historiador, essa foi a cerimônia da fundação. 

Todavia, a sede da cidade não ficou muito tempo ali, mudando-se dois anos depois para o atual centro da cidade, onde se fixou no alto do Morro do Castelo, morro não mais existente.  Curiosamente, o desmonte do Morro do Castelo ocorreu quase ao mesmo tempo do aterro feito ao redor do Morro da Urca para construção do novo bairro, do qual parte do material utilizado no aterro foi retirado. Urca é considerado o bairro mais tranqüilo e seguro do Rio de Janeiro, além de não possuir favela.


Estácio de Sá, o primeiro governador da capitania do Rio de Janeiro, foi gravemente ferido no rosto por uma flecha envenenada indígena durante a batalha de Uruçu-mirim (praia do Flamengo) em 20 janeiro de 1567, vindo a falecer um mês depois. Os índios Tamoios eram aliados dos franceses. 


Vista da Enseada de Botafogo
Arquivo: Guia José Carlos Melo
Urca, de onde saiu esse nome? Duas versões são apresentadas tentando explicar a sua origem. A primeira delas, que se conservou durante muito tempo, teria vindo da sigla URCA que representava o nome da companhia responsável pelo aterro de parte da Baía de Guanabara e construção do bairro: Urbanizadora Carioca. Porém, o que se sabe hoje, é que a verdadeira empresa que construiu o bairro chamava-se Sociedade Anônima Empresa Urca, criada em 1921 pelo engenheiro português Oscar de Almeida Gama e extinta em 1935, sendo substituída pela Companhia Construtora e Imobiliária do Rio de Janeiro.  


Vale destacar, que foi Sávio Cotta de Almeida Gama, aos 26 anos, filho do engenheiro que fundou o bairro da Urca, quem construiu o maior e mais belo cassino do Brasil: O Cassino da Urca, que ao mesmo tempo, era uma casa de espetáculos pela qual passaram os maiores ídolos musicais da época de ouro da nossa MPB. E, também, que o empresário mineiro Joaquim Rolla, em 1933, ainda no ano em que foi criado, teve a sorte de ganhar parte do próprio Cassino da Urca durante uma aposta. Por força da lei que proibia jogos de azar no Brasil em 1946, o fechamento foi inevitável.   

A segunda versão, a mais provável, é que Urca (em neerlandês: Hulk) era o nome dado a um tipo de navio utilizado pelos holandeses para levar o açúcar do Brasil para a Europa. Portanto, o nome foi dado ao morro com 220 metros de altitude, pela semelhança com o casco dessa antiga embarcação de transporte de mercadoria, dotada de três mastros e porão utilizada durante os séc. XV, XVI e XVII.  O topônimo Urca é bem antigo e era grafado no século XVIII, referindo-se a um dos morros do complexo do Pão de Açúcar. Na verdade, o complexo do Pão de Açúcar é composto por três morros localizados no bairro da Urca: Morro da Babilônia, Morro da Urca e Morro do Pão de Açúcar (que dá nome ao complexo). 

VISTA DA PRAIA DE COPACABANA
Arquivo: Guia José Carlos Melo
O acesso ao topo do Morro da Urca pode ser  feito de duas maneiras:   pelo bondinho do Pão de Açúcar via caminho aéreo, que leva cerca de 3 minutos, ou ir a pé pela trilha que tem o seu início na Pista Claudio Coutinho, na praia Vermelha, em uma área administrada pelo Exército. Cuidado, a praia Vermelha é uma praia traiçoeira, e muito perigosa para crianças. 

Pela trilha não exige grande esforço para quem tem bom preparo físico e está decidido encarar cerca de 45 minutos de ida e, depois, mais 45 minutos de volta por terreno íngreme com subidas e descidas. Mas, para quem leva uma vida sedentária o passeio pode se transforma numa experiência desagradável. Agora, três coisas que essa trilha muito popular não suporta, principalmente, aos sábados, domingos e feriados: grupos de caminhada com mais de 6 pessoas, o exibicionista que grita na trilha ou liga aparelho de som, o pichador de árvores e rochas, e o tipo que joga lixo na trilha, etc. Leve um saco plástico para retornar com o lixo produzido durante o passeio “ecológico”. 


O primeiro trecho do caminho aéreo do bondinho do Pão de Açúcar, idealizado pelo engenheiro brasileiro Augusto Ferreira Ramos, que liga a base do Morro da Babilônia (estação inicial) ao Morro da Urca, foi inaugurado em 27 de outubro de 1912. E o segundo trecho do projeto que liga o Morro da Urca ao Morro do Pão de Açúcar, foi inaugurado no início do ano seguinte, em 18 de janeiro de 1913.


FORTALEZA DE SÃO JOÃO
Arquivo: Guia José Carlos Melo
Foi no bairro da Urca, que o presidente Jair Messias Bolsonaro eleito no dia 28 de outubro de 2018, cursou a Escola de Educação Física do Exercito (EsEFEx), onde foi o primeiro colocado da turma de 1982. A Escola está subordinada diretamente ao Centro de Capacitação Física do Exército e Fortaleza de São João, numa área que abriga a Praia de Fora onde Estácio de Sá desembarcou com a missão de expulsar os franceses e fundar a cidade de São Sebastião do Rio e Janeiro. 


E a origem do nome Pão de Açúcar? Desde que foi avistado pela primeira vez até ganhar definitivamente o nome que conhecemos hoje, o morro do Pão de Açúcar também foi chamado de Pau-nh-açuquã (Tamoios), Pot de beurre (franceses invasores), Pão de Sucar (primeiros colonizadores portugueses), Pot de Sucre (franceses). Com relação ao nome indígena “Pau-nh-açuquã” que teria sido dado pelos Tamoios, há quem reprove tal afirmação justificando que “o índio não dava nome aos morros”. 


Pão de Açúcar, eram assim identificados pelos portugueses na época dos grandes descobrimentos, dentro de Portugal e em terras colonizadas pela Coroa, os morros semelhantes a um “pão de açúcar”. Na segunda fase do processo de fabricação do açúcar, o caldo da cana era fervido até ficar bem grosso como uma pasta. Essa pasta era colocada em moldes de argila cozida com formato aproximado de um cone, com um buraco no fundo, onde descansava por vários dias até que todo o líquido escorresse. Então, o açúcar mascavado tomava o aspecto de um “pão” cônico, seco e duro. Os blocos de “pães de açúcar” eram enviados à Europa, onde o precioso produto era refinado (clareado) e vendido aos consumidores.

O açúcar da zona nordestina brasileira “acondicionado em fortes caixas de madeira de 20, 35 a 50 arrobas, pregadas, calafetadas com barro e forradas com folhas de bananeira, era transportado do ponto de embarque até Lisboa, através de uma distância de 8.500 quilômetros”. (revistas.usp.br)  


PLANO INCLINADO - Antes
do Lance do Costão.
Arquivo: Guia José Carlos Melo
Desde os tempos da primeira expedição de reconhecimento do litoral brasileiro, o morro do Pão de Açúcar impressionava quando avistado do mar pelos navegantes, certamente, por sua localização privilegiada, formato e beleza. O Padre José de Anchieta (1534-1597) deixou importante contribuição ao descrever, em poucas palavras,  sua visão e sentimento a respeito do morro que guarda a entrada da Baía de Guanabara: 
“Ao entrar na barra tem uma pedra mui larga ao modo de um pão de açúcar e assim se chama e de mais de 100 braças em alto, que é cousa admirável”. (Século XVI)    

GUIA CALIANO - Lance do Costão 
Arquivo: Guia José Carlos Melo 
Já o acesso ao topo do Pão de Açúcar com 396 metros acima do nível do mar, é bem diferente: é feito através de vias conquistadas por muitos alpinistas que, muitas das vezes, arriscaram suas vidas em prol do montanhismo brasileiro. Falam em mais de 100 vias de escaladas em diversas faces, que exigem muita disposição e equipamentos de segurança, para se chegar ao cume do morro mais querido de todos os cariocas. Cordas, cadeirinhas, capacetes e mosquetões são os equipamentos necessários para se subir pela via mais fácil chamada Costão do Pão de Açúcar, onde se alterna caminhada por trilha íngreme sobre rocha em grande parte do trajeto e uma escalada vertical de 20 metros, na qual se exige tolerância a altura e boa administração de estresse. Mesmo depois dessa passagem conhecida como “Lance do Costão”, sempre será necessário o uso de pés e mãos para vencer obstáculos rochosos que exigem do excursionista atitude positiva. Não recomendamos para o tipo sedentário ou ao devagar quase parando. Trata-se de um passeio muito difícil e cansativo, mas que é premiado por uma vista deslumbrante da Cidade do Rio de Janeiro, Baía de Guanabara e Niterói, município vizinho.  É emocionante ver a “Cidade Maravilhosa” a partir do topo do Pão de Açúcar. 
LANCE DO COSTÃO
Arquivo: Guia José Carlos Melo

A primeira pessoa a conquistar o cume do Pão de Açúcar escalando, provavelmente, via “Costão”, foi uma montanhista inglesa chamada Henrietta  Carstairs, em 1817, onde plantou a bandeira britânica. Porém, a bandeira deixada pela corajosa mulher não ficou muito tempo ali. Conta-se que o soldado lusitano José Maria Gonçalves, ferido em seu orgulho, também escalou o Pão de Açúcar, arrancando de lá a bandeira que sugeria possessão inglesa, para no seu lugar hastear a do Reino Unido do Brasil.


 “...logo depois estávamos em frente ao Pão de Açúcar, o verdadeiro. Esse morro singular é um cone perfeito a partir de certa altura, com flancos tão íngremes e superfície tão lisa que se considerava impossível subir a seu cume. Essa aventura perigosa no entanto foi tentada e teve êxito”. (Walsh, 1828)

"Fiz meu passeio vespertino habitual pela enseada. Ali, deitei-me no litoral e observei o pôr do sol dourando as encostas nuas do Pão de Açúcar." (Charles Darwin, 1832)   

Colaboração: Guia José Carlos Melo
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JESUS CRISTO é a nossa única Esperança!!!           



quinta-feira, 23 de maio de 2019

KARL MARX E ASSEIO PESSOAL

KARL MARX TINHA AVERSÃO AO BANHO
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Marx 
MARX, KARL Heinrich (1818-1883) – Esse pai da moderna revolução proletária nunca deu muita importância a questões de sexo, exceto nas implicações econômicas e políticas que o levaram a polêmicas em torno do MALTHUSIANISMO e temas correlatos. Na vida pessoal ele foi marido e pai amoroso (embora infeliz: quatro filhos morreram de doença e duas filhas cometeram suicídio).
Sua esposa, uma linda e abnegada aristocrata alemã, tolerou sem queixa não apenas a extrema pobreza em que a família viveu em certa fase, como também o desleixo de Marx em matéria de asseio pessoal: sua aversão ao banho o mantinha acometido de antraz, forma de furúnculos, aflição comum a quem não se lava regularmente. Numa carta em que cita versos pornográficos franceses á seu colaborador, Friedrich Engels, Marx mencionou um humilhante antraz no escroto.
Afora um ou outro flerte extraconjugal, o único episódio colorido da vida sexual de Marx foi o filho ilegítimo que ele gerou numa criada. A jovem, Helene Demuth, era uma camponesa que vivia em regime de semi-servidão com a família da mulher de Marx; praticamente viera como parte do dote. Engels assumiu a paternidade do menino, chamado Henry Frederick, que uma família adotou.
Antimarxistas que levam seus ataques além do plano de idéias têm acusado Marx de ter sido ele mesmo, no episódio, um explorador da classe oprimida, já que evidentemente seu statusde patrão deve ter contribuído para a sedução de Lenchen (“Heleninha”, como era chamada a criada). Outra contradição criticada, é a de Marx ter tido um casamento do modelo burguês que ele reprovava, por condenar a mulher a humilhante subordinação.    


Fonte: Dicionário da Vida Sexual – Volume 2 / 1982. – Fourchette a Zuiki.
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domingo, 19 de maio de 2019

PEDRA DA GÁVEA


Pedra da Gávea e Charles Darwin



A Pedra da Gávea de 843 m de altitude é um imenso bloco de pedra composto por granito e gnaisse, situado no setor C do Parque Nacional da Tijuca, entre as praias de São Conrado e Barra da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro, tornando-se um dos monólitos mais altos do mundo à beira mar. Segundo o professor e arqueólogo Carlos Manes Bandeira “sua configuração no frontal apresenta uma semelhança com um rosto humano portando longa barba, levando a ser chamada de Cabeça do Imperador (D. Pedro II)”. Possui ainda, esculpido pelo tempo, um componente intrigante provocado pela erosão natural que é uma das forças mais poderosas da natureza, o que deu origem a idéia de que fossem “inscrições fenícias”, mas que comprovadamente não o são.
Imperador D. Pedro II (1825-1891) Brasil

O nome Pedra da Gávea remonta ao tempo das primeiras expedições oficiais portuguesas enviadas ao Brasil pela Coroa, com o objetivo de explorar a recém descoberta costa brasileira. Contam que para os navegantes portugueses, a famosa pedra que termina no mar assemelhava-se ao cesto da gávea, onde sempre havia um vigia de plantão. E por conta de sua localização e formato sempre foi uma referência para os navegadores.   

Lembra-se da expressão “terra à vista!”? Uma das funções mais importantes no tempo das grandes navegações era a do marujo. Instalado no “cesto da gávea”, no alto do mastro principal das embarcações, além de buscar sinais de terra na linha do horizonte, ele estava sempre atento para os perigos que pudessem surgir no mar, como monstros, serpentes, sereias ou abismos. E aos ataques e assaltos de embarcações inimigas no mundo visível. Portanto, “cesto da gávea” onde o vigia devia ficar era um cesto de observação que passou simplesmente a ser chamado de gávea.

Por outro ângulo, a Pedra da Gávea quando observada a distância, assemelha-se a uma vela inflada das embarcações utilizadas na era dos grandes descobrimentos. O Reverendo Daniel Parish Kidder, missionário norte-americano que facilmente se apaixonou pelas belas paisagens naturais do Rio de Janeiro, na primeira metade do século XIX, prestou importante contribuição histórica quando escreveu sobre a origem do nome Pedra da Gávea: 
Pedra da Gávea e São Conrado - Rio 

 “Ao centro e a grande distância, vê-se um imenso tronco de cone granítico. Vista a distância, essa montanha assemelha-se à primeira vela de topo do mastro dianteiro dos veleiros, daí seu nome Gávea.” (Reminiscências de viagens e permanência no Brasil, 1845.)

Um dicionário informal confirma as palavras do Missionário Daniel Kidder. Em uma das duas definições encontradas está escrito que gávea também é o “nome de uma vela quadrada que ocupa o lugar imediatamente superior à vela grande, de um navio veleiro. A gávea é uma vela muito importante numa embarcação à vela.” Sendo assim, seria mais provável, que a origem do nome não provenha do “cesto” da gávea, e sim da primeira “vela” de topo do mastro dianteiro dos antigos veleiros.

Independente da origem exata do nome, pela sua altura, fama e pelas paisagens de tirar o fôlego que proporciona aos freqüentadores da trilha íngreme que leva ao seu topo, a Pedra da Gávea é um imponente monumento natural do Brasil, cercado de lendas e fantasias. Triste, porém, é o fato de ser palco de muitos acidentes fatais e, recordista, junto com a vizinha Pedra Bonita, de assaltos aos excursionistas durante caminhadas realizadas aos sábados e domingos, sem que uma solução definitiva seja encontrada por parte das autoridades públicas e da administração do Parque.
Cabeça do Imperador - Pedra da Gávea.
É importante destacar, que o cuidado de não andar sozinho pode não ser uma tática eficiente para impedir a abordagem de criminosos armados de revolver e facão. Essas quadrilhas que atuam nas trilhas mais freqüentadas por turistas são especializadas em assaltar grupos para conseguirem o maior lucro possível.

Antes de decidir por qualquer trilha no Rio de Janeiro, o excursionista tem que se informar para não se meter numa triste aventura, e ser mais um na estatística da violência no Rio. Agora, se você pretende ser um freqüentador assíduo das trilhas cariocas procure manter-se atualizado sobre quais trilhas estão mais seguras para se fazer a caminhada de baixo risco.  Não existe trilha 100% segura na querida Cidade Maravilhosa, infelizmente. Aguardamos dias melhores.

Além de recordista em assaltos, a Pedra da Gávea, sempre foi palco de muitos acidentes graves e vários escaladores lá perderam a vida quase sempre motivados pela desatenção, faltas de preparo físico, agilidade e percepção de risco. No caso da trilha bem íngreme que começa na Barra da Tijuca com cerca de 2.600 m de extensão, obstáculos rochosos e “escalaminhada”, é o total desconhecimento de técnica de escalada em rocha e a baixa tolerância para exposição demorada à altura no trecho mais difícil do trajeto, que é a famosa “carrasqueira”.

Carrasqueira - Pedra da Gávea - RJ
Muitos chegam à “carrasqueira”, exaustos, desidratados e quase vencidos pela dureza da caminhada depois de cerca de duas horas e vinte minutos de esforço concentrado e contínuo só de subida, quando ainda faltam cerca de quarenta minutos para alcançar o topo. O mais incrível é que chega haver acúmulo de excursionistas impedindo ou dificultando a livre escalada onde é necessário usar pés e mãos, o que embora razoavelmente fácil para uma pessoa “esperta”, pode assustar ou até mesmo apavorar os menos experientes.

Além de estar bem informado sobre o trajeto, gozando de boa saúde e preparo físico, hidratado e bem humorado, tome um bom café da manhã. Leve um lanche reforçado, mas de fácil digestão, para um dia de passeio. Evite tênis novo (melhor usado e resistente, um número maior) e não esqueça o material básico de primeiros socorros que inclui também papel higiênico. Leve saco plástico para retornar com o lixo produzido. Esse lixo deve ser descartado bem longe da trilha, num lugar onde você tem certeza absoluta que será coletado por um agente de limpeza pública.  Leve água suficiente para cerca de oito horas de caminhada (no mínimo três litros por pessoa).

São três horas de subida, cerca de duas horas de permanência no cume (se for explorar toda a área), mais três de descida. O responsável pelo passeio também é responsável pela segurança e integridade física de cada componente do grupo, embora a prática deste esporte de aventura seja considerada de risco. A informação contida abaixo na Carta do Montanhismo Brasileiro merece especial atenção dos guias de trilhas e empresas especializadas em turismo de aventura: 

- Montanhismo é o esporte de mover-se pelas montanhas, caminhando ou escalando, não havendo competição entre seus participantes, mas tão somente entre os homens e suas limitações ou dificuldades impostas pela natureza.
- O montanhismo pressupõe risco que não pode ser desprezado. O nível de segurança deve ser alcançado através da consciência desse risco e do aprimoramento técnico. A decisão do risco a ser assumido é individual, porém nenhum montanhista deve expor alguém a risco desconhecido.”

Acesso "Cabeça do Imperador" Pedro II. 
A “carta” acima deixa bem claro que jamais se deve tentar superar obstáculos encontrados na natureza, que estão muito além da nossa capacidade técnica, física e psicológica. Ou tentar convencer alguém a fazê-lo, expondo ao risco de acidente grave ou até mesmo fatal, como muitas das vezes acontece, para a infelicidade da vítima da pessoa irresponsável.      

Pedra da Gávea, com relação aos assaltos a grupos e outras preocupações negativas que pertencem aos tempos atuais, não foi sempre assim. Houve uma época na qual o verde dominava toda a paisagem onde está situada a Pedra até onde a vista humana podia alcançar. Do seu cume não se via favelas, edifícios, veículos motorizados, nem torres de transmissão de energia elétrica e sinal de celular. Tampouco poluição sonora para disputar audiência com os pássaros ou perturbar a paz das pessoas de bem. Havia sim, um espetacular teatro da natureza a céu aberto, com vegetação luxuriante que encheu de admiração o naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882) durante sua passagem pelo Rio de Janeiro de 4 de abril à 5 de  julho de 1832. A trilha da Pedra da Gávea foi uma das trilhas escolhidas pelo naturalista para a observação das mais variadas espécies da Mata Atlântica. A sua vivência durante essa excursão se sobrepõe a uma simples observação de campo para se transformar em um sentimento de profundo prazer e gratidão. Assim Darwin eternizou em seu diário de bordo, é emocionante, e o nosso Rio de Janeiro merece:

Charles Darwin (1809-1882) 
“Em outra ocasião, comecei cedo e caminhei em direção à montanha da Gávea. O ar estava deliciosamente fresco e perfumado, e as gotas de orvalho ainda cintilavam sobre as folhas das grandes liliáceas que sombreavam os riachos de água clara. Sentado sobre um bloco de granito, foi encantador observar os vários insetos e pássaros enquanto eles passavam á voar.
Seguindo por um caminho, entrei em uma nobre floresta e, de uma altura de 500 ou 600 pés, foi apresentada uma daquelas esplêndidas vistas, que são tão comuns em toda a região do Rio. Nesta elevação, a paisagem atinge seu tom mais brilhante; e cada forma, cada cor, supera tão completamente em esplendor tudo que o europeu já viu em seu próprio país, que ele não sabe como expressar seus sentimentos. O efeito geral freqüentemente me trazia a mente o cenário mais alegre de ópera ou dos grandes teatros.”

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Colaboração: Guia José Carlos Melo
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quinta-feira, 11 de abril de 2019

THOMAS COOK E A INDUSTRIA DO TURISMO


O GÊNIO DO TURISMO MODERNO

THOMAS COOK - guardian.com.uk
O primeiro evento turístico realizou-se na Inglaterra em meados do Século XIX, por iniciativa do Pastor Thomas Cook. O jovem missionário, nascido de uma família pobre em 1808, achava-se desanimado com o pouco entusiasmo de seu rebanho do vilarejo de Loughborough, mais interessado em freqüentar o pub que a igreja. A visão de um trem cruzando pela primeira vez o pequeno povoado deu-lhe a idéia, de promover uma viagem a preços reduzidos até a cidade vizinha de Leicester, aproveitando o evento como pano de fundo para um apoteótico sermão contra o álcool.

O enorme sucesso do empreendimento levou Cook a abrir uma agência de viagens, a primeira do mundo, passando a promover excursões semelhantes, cobrindo toda a Inglaterra. Além de acompanhar pessoalmente os grupos, tornando-se o primeiro guia de turismo do mundo, teve a inspiração de elaborar o primeiro guia turístico impresso, com detalhes geográficos, históricos e étnicos dos pontos visitados. Mais tarde, sua esposa Marianne, passou a acompanhá-lo. Os excursionistas adoravam o casal, por sua eficiência, simpatia e gentileza.     
  
Ilustração da primeira viagem organizada da história 
Em 1855, aproveitando a abertura da Exposição Internacional de Paris, promoveu a primeira excursão turística internacional. Seguida de outras cada vez mais bem sucedidas. Em seguida, organizou uma viagem à Suíça, que podemos considerar o primeiro roteiro de turismo-aventura, quando 64 excursionistas, vestidos em suas roupas citadinas, escalaram os Alpes Suíços e atravessaram o perigoso Mar de Gelo na fronteira com a França.

Surpreendentemente, até 1866, a Agência Cook já havia conduzido por todo o continente, turistas de quase todos os países europeus, num total superior a um milhão de pessoas.

Aos 64 anos de idade, conservando um espírito ousado, concretizou seu sonho mais ambicioso: a volta ao mundo, que viria inspirar Júlio Verne a escrever seu célebre livro A Volta ao Mundo em Oitenta Dias.  Também foi o primeiro a levar peregrinos à Terra Santa, dando início ao que hoje chamamos de Turismo Religioso, que é um segmento de mercado do turismo.  


O Pastor Thomas Cook, devoto da temperança, ao falecer em 1892, com 84 anos, havia conseguido, através do seu gênio empreendedor, transformar o turismo em uma das mais ricas indústrias de todos os tempos.  Hoje, a empresa que o "pai do turismo moderno" fundou na primeira metade do século XIX é considerada a maior do mundo no setor turístico. Em 1924 tornou-se uma companhia privada limitada e, em 1948, por meio da British Transport Commission, foi adquirida pelo Estado britânico.     

Colaboração: Guia José Carlos Melo.
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sábado, 6 de abril de 2019

O FAROL DA ILHA GRANDE


FAROL DOS CASTELHANOS
A construção de um Lazareto na Praia Preta, Vila do Abraão, no final do século XIX, contribuiu para aumentar o fluxo de embarcações na região, trazendo grande preocupação, principalmente, às autoridades. Motivado por essa situação, o Ministério da Marinha resolveu construir um farol na extremidade leste da Ilha Grande, junto à entrada de mar aberto.
Consta que um proprietário local, entusiasmado com o interesse do governo em adquirir terras naquele ponto da Ilha, não hesitou em procurar o Ministro da Marinha com uma curiosa proposta: cederia seu terreno para a construção sob a condição de que fosse ele próprio o faroleiro.  O homem, que certamente surpreendeu o ministro com o curioso apelo, acabou conseguindo realizar o seu desejo.
Comenta-se, também, que a obra estava bem adiantada quando se percebeu que não havia um aparelho disponível com o alcance luminoso desejado nos paióis da repartição de faróis. A solução encontrada foi trazer do nordeste um aparelho de terceira ordem (grande modelo), já reservado para ser instalado no futuro farol de Ilhéus. Coube, então, ao Capitão-Tenente Eduardo Augusto Veríssimo de Mattos, a missão de partir para o estado da Bahia e trazer o sinalizador para o Rio de Janeiro, sem danificar um prisma sequer. O êxito da providência permitiu que o Farol dos Castelhanos, construído em 1900 num local privilegiado, fosse inaugurado no dia 6 de abril de 1901.      
Portanto, é na Ponta dos Castelhanos, entre a enseada de Palmas e a praia de Lopes Mendes , em um platô a 105 metros acima do nível do mar, que se encontra um dos mais antigos faróis da costa brasileira. Conhecido pelo nome da ponta de terra onde foi construído, o Farol dos Castelhanos é um monumento histórico que se levanta numa torre quadrada de alvenaria com 13,5 metros de altura e paredes de quase 1 metro de espessura. Do alto da torre pintada de branco, contrastando com o fundo verde da mata, descortina-se um dos mais belos panoramas do Oceano Atlântico, do litoral sul do Rio de Janeiro, que é a ponta da Restinga da Marambaia.
Ainda em plena atividade, com alcance luminoso de até 27 milhas náuticas, o Farol dos Castelhanos é atualmente uma unidade da Marinha do Brasil na Ilha Grande, sendo a visita permitida somente com prévia autorização, que pode ser obtida em Angra dos Reis. Lugar maravilhoso, além de histórico, é muito bem preservado.     
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Colaboração: Guia José Carlos Melo.  
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segunda-feira, 18 de março de 2019

ANDRÉ REBOUÇAS

Glória desprezada

Engenheiro André Rebouças - Brasil 
André Rebouças (1838-1898) foi um dos grandes nomes da engenharia nacional. Entre suas obras está um sistema de abastecimento de água para capital imperial, além de outras intervenções na área de infraestrutura, como portos, pontes e ferrovias. Também era profundamente envolvido com questões políticas, tendo lutado como voluntário na Guerra do Paraguai (1864-1870). Era considerado uma grande personalidade, mas nem por isso escapou de preconceitos. Neto de escrava, Rebouças era negro, o que lhe proporcionou uma amarga experiência durante visita aos Estados Unidos em 1873. Os hotéis de Nova York não quiseram hospedá-lo, e ele acabou sendo salvo por um amigo, que lhe conseguiu um quarto nos fundos de um pequeno hotel da cidade. Além de mal acomodado e de não poder entrar pela porta principal, o engenheiro era obrigado a fazer as refeições dentro do quarto; o refeitório do estabelecimento era só para brancos. Também passou fome, pois os restaurantes não serviam negros. Acostumado a jantar no palácio com a família imperial, Rebouças sentiu na pele a segregação racial, e, não à toa, foi um dos líderes da campanha pela abolição da escravidão no país.

Fonte: Revista – RHBN, novembro 2010, pag 84 (Almanaque)

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Colaboração: Guia José Carlos Melo
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